quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Quanto custa ser fotógrafo?

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A resposta para a pergunta do título desse artigo poderia parecer óbvia em um primeiro momento. Basta calcular o quando foi investido em equipamentos, somar os custos de produção de cada trabalho mais a sua diária e pronto, você já tem a resposta. Mas as coisas não são tão simples assim. Alias, é impressionante a quantidade de fotógrafos – inclusive profissionais – que erram a resposta.
 
Conhecer os custos do seu trabalho é algo que vai muito além da velha fórmula dos custos fixos e variáveis. Se você já atua na área profissionalmente ou pretende atuar, deve saber que há muitas coisas que representam custos, mas que passam despercebidas para muitos fotógrafos.
 
Isso ocorre porque muita gente entra para a fotografia a partir de uma paixão pessoal. E quando falamos de paixão, vocação e amor à profissão, relevamos muitas coisas que deveriam ser contabilizadas em função da crença de que, se estou me divertindo então não olho para os custos daquilo que faço.
 
Independente do amor que você sente pela fotografia, no momento em que decide tirar dela o seu sustento, tudo o que representar custo deverá ser levado em conta, sob o risco de você acabar trabalhando no vermelho.
 
Pense em todo o seu processo de aprendizado, por exemplo. O conjunto de conhecimentos que um fotógrafo deve possuir não é estanque. Principalmente agora, época em que a tecnologia está em praticamente todas as etapas da fotografia, você tem que aprender continuamente a lidar com coisas como softwares, redes sociais, ler livros e manuais técnicos, visitar feiras, frequentar cursos de atualização, trocar de computador, assistir palestras, etc. 
 
Todas essas coisas tem um custo. Itens materiais são mais fáceis de determinar. Afinal, você sabe quanto custa um computador e, em pouco tempo de navegação na internet, saberá o preço daquela lente que precisa comprar para ajudar em seu trabalho.
 
Entretanto, há também o tempo que você se dedica nos momentos em que está instalando seu computador, lendo o livro ou visitando uma feira.
 
Tenha em mente que isso tudo é parte integrante de seu trabalho e, como tal, deve ser contabilizado. Aquelas horas que você passa estudando, são horas em que você não está fotografando. Mas o aprendizado que terá, será utilizado em seu trabalho. Portanto, no momento em que você lê um livro ou participa de um curso com o objetivo de aplicar aqueles conhecimentos no seu trabalho, então aquelas horas dedicadas ao seu aprendizado são efetivamente contabilizáveis. 
 
Entretanto, se for colocar no papel todos esses custos, você chegará a conclusões um tanto assustadoras. Você poderá descobrir, por exemplo, que está cobrando muito barato pelos seus serviços. Ou pior, que está trabalhando no vermelho. E ainda descobrirá que se tiver que levar em consideração todos esses custos, seu preço ficará inviável em relação àquele cobrado por seus concorrentes.
 
Alias, falando em concorrentes, talvez agora você comece a compreender como eles conseguem cobrar tão barato
 
Mas antes que você pense que não há saída, lembre-se que usar o preço como sua melhor política de marketing é uma ideia que não funciona. Eventualmente, a ideia de trabalhar com preços baixos funcione no curto prazo. Mas no longo prazo você fecha as portas e vai trabalhar com outra coisa.
 
Não é o preço que define uma compra e o fotógrafo consciente de seu trabalho deverá estudar e aprender como elaborar estratégias de marketing e políticas comerciais que atendam as demandas de custo e proporcionem lucro.
 
Então, quando elaborar sua planilha de custos, fuja da tentação de não levar em conta esses outros custos com a desculpa de estar fazendo algo que gosta e então, já que estará se divertindo, não precisa cobrar.
 
A fotografia profissional é um negócio e, como qualquer outro, pode quebrar se não se levar em conta todos esses custos. Pense nisso.


Eduardo Becker - © 2012


 

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