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Ao contrário do que olhos menos
atentos poderiam imaginar, a profissão de fotógrafo vem crescendo a níveis
muito maiores do que no passado. A acessibilidade a equipamentos, softwares e
referências estéticas nunca foi tão grande como nos dias de hoje.
Pessoas cada vez mais querem ser
retratadas e o sintoma mais claro disso é que a venda de câmaras e celulares
disparou. Redes sociais estão abarrotadas de imagens feitas por pessoas comuns
em praticamente todas as situações do cotidiano. Isso significa que, além de
vivermos um momento onde a imagem é imperativa, registrar momentos é a tônica
dessa década.
No entanto as pessoas comuns não
têm, de um modo geral, o conhecimento técnico e estético necessário para a
realização de imagens belas e marcantes. E os poucos que têm, não podem dedicar
horas de sua semana e também parte de seu orçamento para a realização de fotos
familiares.
É aí que entra o estúdio de retrato.
Um negócio quase tão antigo quanto a própria fotografia e mais atual do que
nunca.
O movimento para a criação de
estúdios profissionais começou no Brasil pela região Sul. Com poucas
referências, empresários locais muniram-se de muita coragem e desbravaram uma
área que até então era inédita no Brasil. Colhem hoje os bons frutos de seu
pioneirismo.
Diferente de outras áreas da
fotografia, a criação de um estúdio de retrato mais se assemelha à montagem de
uma loja. O fotógrafo deve ter visão empresarial e cuidar de todos os pontos
relevantes à montagem do empreendimento. Isso significa iniciar por um plano de
negócios que, alimentado por pesquisas de mercado realizadas pelo próprio
fotógrafo, irá oferecer as bases para a realização do negócio.
Como qualquer empresa, terá que
contar com a estrutura física necessária à realização dos trabalhos, qual seja,
recepção, banheiros, estúdio, escritório, sala de tratamento de imagem e,
claro, os equipamentos para a realização das imagens.
Deverá também ter funcionários
especializados que possam atuar em áreas como marketing, vendas, atendimento, produção
e pós-produção, ainda que, pelo menos no início, um mesmo funcionário tenha que
acumular funções. Caso não se tenha recursos financeiros para a contratação de
funcionários, o fotógrafo poderá terceirizar parte dessas funções ficando
responsável por seu controle e administração.
Tendo a estrutura, um Plano de
Marketing dará ao fotógrafo proprietário do estúdio as bases para comunicar ao
público sua identidade como empresa, seus valores e fornecerá o caminho
estratégico e tático para que alcance seus objetivos comerciais.
Aquele ideal romântico do Glauber
Rocha (“uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”) ficou para trás há muito
tempo. O fotógrafo que quiser alcançar sucesso com a fotografia de estúdio tem
que pensar como empresário e não mais como fotógrafo apenas.
Portanto, se quiser enveredar
para essa área, prepare-se. Você terá muito trabalho, mas a recompensa e o
retorno em termos de satisfação profissional valerá cada minuto de seus esforços.
Eduardo Becker - © 2012
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