sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Venda ao cliente o que ele quer

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O assunto vendas é algo fascinante e grandioso. Além de divertido e estimulante, é possível aprender inúmeras técnicas diferentes para se lidar com seus clientes. Esse artigo não pretende esgotar o assunto, mas é o início de uma série de textos que serão publicados nesse blog e que têm por objetivo ajudar o fotógrafo na sua incansável luta para conseguir clientes.

Como todos sabemos vender fotografia não é o mesmo que vender bananas ou parafusos. Apesar dessa afirmação ser de uma obviedade quase infantil, poucos fotógrafos moldam suas atitudes de venda a partir dessa constatação. É o caso – famoso – do fotógrafo que pensa e age a partir da ideia de preço, acreditando que somente isso é o fator determinante na hora de fechar uma venda para um cliente qualquer. E para piorar, fica escrevendo em todos os fóruns de fotografia que o mercado está ruim, que o concorrente pegou o serviço porque cobrou um décimo do preço e um número infindável de reclamações e desculpas para justificar porque ele não conseguiu aquele cliente.

Há algumas coisas que o fotógrafo deve aprender para poder melhorar sua performance profissional no que tange a venda de seus serviços. A começar pelo modo de enxergar as coisas.

Fotografia é muito mais do que um produto. Fotografia é um serviço que se presta à alguém e, dependendo do segmento em que trabalhamos, estamos vendendo emoção, memória, amor, vaidade e tantos outros bens intangíveis que estão intrinsecamente ligados àquela prestação de serviço.

Assim, quando se trata de fotografia, estamos falando de valor, seja ele subjetivo como uma memória ou objetivo como a praticidade de se cumprir um layout com qualidade no tempo exigido pelo cliente.

Isso tem um nome e uma técnica por trás que é conhecida como Venda Baseada em Valor ou, no seu termo original em inglês Value-Based Selling. E antes que você proteste dizendo que é um fotógrafo e não um vendedor permita-me contraria-lo e dizer: Sim, você é um vendedor. Porque a menos que tenha um agente que consiga trazer Jobs para você, vender é parte integrante de seu trabalho e, goste ou não, terá que fazê-lo. De outra forma, você não terá clientes nem dinheiro e aí poderá dizer adeus à ideia de viver de fotografia.
Muito bem, estabelecido esse parâmetro básico, vamos retomar o tema da Venda Baseada em Valor.
 
Como todas as outras técnicas de venda, esse tipo também tem a sua e podemos dizer que essa é a mais adequada à venda de serviços fotográficos. Seu cliente sabe que nada vem de graça e que sua hora de trabalho, seu conhecimento, os cursos que você fez e os equipamentos que comprou, tudo isso teve um preço e é justo você ser remunerado pela disponibilização do seu tempo e conhecimento para atendê-lo.
No momento em que você se reúne pela primeira vez com o cliente, está claro que você não poderá oferecer preço de nada antes de saber detalhes do serviço a ser contratado. Você não tem um pacote pronto como, por exemplo, uma dúzia de bananas ou um pacote de parafusos. Você está lá para atender uma necessidade única e específica e por isso será incapaz de realizar um orçamento justo e adequado sem levantar cada detalhe do serviço.

Assim, a lição número um é: jamais dê preços antes de saber o que deve ser feito. Se o cliente insistir nesse assunto e quiser saber o preço antecipadamente, procure sair dessa situação. Clientes que decidem uma compra apenas pelo preço não são desejáveis e tendem a lhe dar  prejuízo no médio prazo. Para não ser deselegante, explique suas dificuldades em estabelecer e fechar um preço diante da complexidade do serviço. Se mesmo assim ele insistir no assunto e você não quiser parecer deselegante ou vir que há um potencial naquele cliente, dê uma faixa de preço bem elástica que ofereça boa margem de segurança a você quando fizer seus cálculos do preço final.

Procure então descobrir exatamente aquilo que seu cliente deseja. Muitas vezes um verdadeiro desejo vem disfarçado de muitas maneiras.

As pessoas buscam produtos e serviços para preencher alguma espécie de necessidade, seja ela profissional ou pessoal, material ou por exemplo, psicológica. É o caso da adolescente que mesmo mais ou menos consciente de sua falta de qualificação estética, encomenda um book de fotos. Ela na verdade, está procurando aumentar sua autoestima, está indo atrás de um sonho. Então ela compra um book porque no fundo isso satisfaz suas necessidades imediatas de autovalorização.
  
Todo cliente tem esse comportamento, inclusive você. Tente lembrar-se de quando comprou seu carro ou suas roupas, ou ainda aqueles óculos de sol.
A menos que sua profissão seja a de motorista, você não compra um carro somente pela sua capacidade de transporte. Carros são um reflexo do seu estilo, de sua imagem pessoal e da imagem que você quer passar aos outros. O bom vendedor sabe captar essas necessidades nas entrelinhas do que você diz e em seu comportamento diante dele. Ele é bom com pessoas e percebe o que no fundo o cliente deseja.

A venda de valor é exatamente isso: perceber a necessidade que está por trás daquela compra e simplesmente vender aquilo que o cliente quer. E quando se consegue captar isso, o preço deixa de ser o fator mais importante e decisivo naquela situação.

Fotógrafos, de um modo geral, são muito bons em captar subjetividades, em enxergar aquilo que está oculto. Aproveite esse dom para aprender um pouco mais sobre o comportamento humano e suas motivações, para assim poder perceber o que o cliente na verdade está comprando. Depois traduza isso sob a forma de um trabalho fotográfico. Tenho certeza de que grande parte de seus problemas de preço deixarão de existir.



Eduardo Becker - © 2012

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