terça-feira, 3 de julho de 2012

Como cobrar pelos seus serviços

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Quanto devo cobrar por um trabalho? Esta é uma pergunta rotineira no difícil mercado de fotografia e que tira o sono de muitos fotógrafos, principalmente daqueles que estão em início de carreira.

Diante da possibilidade de um trabalho, inevitavelmente o  fotógrafo, enfrenta um dilema: ceder às pressões do cliente, agravando o descompasso  dos preços entre fotógrafos e ficar com a sensação de ter perdido algo? Ou cobrar o preço que se acha que vale correndo o risco de perder aquele cliente?

Ainda que estejamos em uma época onde qualquer um com um celular nas mãos pode fotografar, a utilização dos serviços de um fotógrafo profissional é indispensável em muitos casos. E se é indispensável, certamente há um preço a pagar que deve ser justo para você e para o cliente. Para você, porque investiu tempo e dinheiro em sua formação técnica e começa a viver de seu trabalho, tirando dele o sustendo da sua família. E para o cliente, porque ele tem nas mãos o poder de escolha e certamente não irá escolher preços muito discrepantes da média praticada no mercado, a menos que você tenha algo único a oferecer, seja uma técnica inusitada, ou um nome de grife.
Então, o primeiro passo para ser pago na medida do que ele realmente vale, é chegar a um preço adequado, que pague seus custos e lhe proporcione lucro, tudo isso sem perder em vista os preços praticados pela concorrência. Não se esqueça também de entender quem é o seu concorrente, para saber se está comparando serviços e qualidade equivalentes.

Pois bem, tendo calculado seu preço, tudo começa quando a primeira pergunta que o  cliente lhe faz é: "Quanto você cobra?"

      Para início de conversa, esta pergunta está errada, e seu trabalho é mostrar a seu cliente que o que você vende  não é um produto pronto, que está em cima de uma prateleira, aguardando para ser adquirido. Isto porque há muitas considerações  a se levar em conta antes de se passar um preço. Tenha em mente que, quando um cliente inicia a conversa com esse tipo  de pergunta. Existem duas possíveis razões por trás.

      1: o cliente quer realmente saber quanto custa aquele trabalho. Nesse caso, sua tarefa é obter dele uma descrição  detalhada do trabalho, calcular os custos envolvidos, determinar sua margem de lucro, chegar ao valor correto e passar o orçamento.

      2: o cliente não tem nenhum trabalho para você no momento, mas gostaria de saber qual seria o seu preço aproximado, para quando tiver um trabalho - e isso é algo bastante difícil de responder. Afinal, como é que você vai saber que preço dar  a um serviço que você sequer sabe qual é? Além disso, os que querem apenas saber preço podem também estar, no fundo, coletando informações  para compará-lo ao preço de outros fotógrafos concorrentes.

      Num caso como esse, a melhor maneira é preparar de antemão alguma ideia do valor de seu trabalho. Você pode fazer isso  através de uma ideia de faixa de preços, ou então pedir ao cliente para que descreva um trabalho típico e, então, passar o  preço de algo parecido que você já tenha feito, enfim, qualquer coisa que dê alguma noção de quanto você cobra. Para clientes  desse tipo, que apenas querem fazer uma cotação prévia de preços, essa informação vai, no mínimo, ajudá-lo a estreitar laços  comerciais, colocando-o na lista de prioridades dele, quando precisar de algum trabalho fotográfico. Por fim, deixe bem claro que um orçamento real só poderá ser emitido a partir de dados e informações precisos sobre a necessidade do cliente.

O cliente tem um trabalho a ser  orçado

      Quando o cliente tem um trabalho imediato, é muito importante obter uma descrição completa do mesmo, antes de apresentar  um orçamento a ele. Faça perguntas do tipo:

1. Qual é a necessidade específica  do cliente? Que tipo de fotografia, quantas variações? Será necessário algum recursos especial como um carro, barco ou helicóptero? Pergunte também detalhe por detalhe todas as necessidades de produção.  Essas informações o ajudarão na hora de compor sua planilha de custos.

2. Qual é o prazo desejado pelo  cliente? Não se esqueça de acrescentar taxas de urgência, se for o caso. Afinal, se o cliente tem pressa, você terá que prioriza-lo em detrimento de outros trabalhos que você esteja fazendo, e isso tem um preço.

3. Quem irá utilizar sua fotografia  e de que maneira?. Esta é uma boa pergunta para se fazer a um cliente que não esteja familiarizado com assuntos como copyright  e preço sobre veiculação. A resposta a essa pergunta irá determinar se o seu trabalho será utilizado em um simples catálogo  de baixa circulação ou em uma campanha publicitária de veiculação nacional, o que, necessariamente, irá influir em seu preço final.

4. Qual é o budget? Ou seja,  quanto de verba o cliente possui para gastar com fotografia? Alguns clientes não irão lhe fornecer esse tipo de informação,  mas ao menos saberão que você se preocupa em não "estourar" a verba do cliente. De qualquer modo, você irá obter esta informação  mais cedo ou mais tarde. Assim, não se preocupe se não lhe responderem de imediato.


Estimativa verbal

      Nunca dê o preço logo de cara. Peça sempre um tempo para calcular o orçamento, dizendo que quando tiver o preço você  entrará em contato. Isso vai lhe dar tempo para fazer uma estimativa de custos mais precisa, além de ser uma atitude que demonstra  respeito a seu cliente. Quando você ligar de volta passando o orçamento, irá finalmente ter uma ideia aproximada a respeito daquela verba que o cliente se recusou a dizer no primeiro contato. Este feedback irá determinar exatamente o quanto você  deve passar ao cliente quando colocar no papel o orçamento definitivo.

      Mas, antes de ligar passando sua estimativa de preço, prepare-se para saber o que vai dizer. Diga algo como: "Dentro  daquilo que você descreveu, este trabalho irá custar X mil reais. Como esta estimativa de preço se encaixa dentro do seu budget?"  Dependendo da resposta do cliente, você irá ter uma boa ideia se você está muito acima ou abaixo da expectativa de preço do  cliente. Dessa forma, você poderá negociar junto a ele até atingir um valor que seja satisfatório para ambas as partes.

Considerações na hora de negociar

      Jamais abaixe seu preço sem alguma consideração a seu favor ou uma mudança na descrição que o cliente passou. Lembre-se,  seu preço é justo e, se alguém quiser pagar menos, tem necessariamente que levar menos. Dar descontos causa em seu cliente  a sensação de que você tinha alguma gordura para queimar e ele vai espremer você até seu limite máximo e, mesmo assim - sem  um parâmetro de qual seria o preço justo para aquele trabalho - ele vai procurar outros profissionais para saber até onde  pode abaixar os custos do trabalho que deseja realizar. Dar descontos é uma péssima política e atrapalha todo o mercado -  o seu e o de seus concorrentes. Quando se passa um preço ao cliente, este deve ser um preço justo - nem mais, nem menos. Dessa forma, fica fácil saber até onde é vantagem atender ou não aquele cliente.

      Seu desafio agora é partir para a próxima negociação com um cliente, munido de duas listas. Lista um: com uma sugestão  de especificações das quais o cliente terá que abrir mão caso queira descontos; Lista dois: quais vantagens você deve levar  caso tenha
mesmo que oferecer descontos? Por exemplo, caso o cliente queira algum desconto, faça-o considerar um conjunto  menor de cópias do seu trabalho, ou menos variações. Caso as especificações do trabalho não possam ser modificadas, então  a única maneira de se abaixar o preço é o cliente oferecer-lhe melhores termos de pagamento (à vista, parte do pagamento adiantada, etc.), ou então um número grande de reprints para seu marketing pessoal.

      Essas são apenas algumas ideias, mas o que vale é o princípio, ou seja, não trabalhe com prejuízo, e não abaixe seu  preço sem que alguma modificação no trabalho seja feita. Com esta técnica simples, você irá receber o preço justo pelo seu  trabalho.

Eduardo Becker - © 2012

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