sábado, 7 de julho de 2012

Como lidar com clientes difíceis

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Muitos são os comentários de fotógrafos sobre clientes que adoraram seu trabalho mas que demonstram pouca disposição para pagar pelos serviços. É muito comum o fotógrafo ouvir coisas como:

- Me dê um desconto que eu vou te contratar mais vezes ou
- Porque eu não posso publicar a foto se ela é minha? Eu paguei por ela!  Ou ainda
- Meu sobrinho faz o mesmo serviço por 1/5 do preço

Pois é, vida de fotógrafo não é fácil. Você estuda, rala, frequenta cursos, gasta uma grana com equipamentos caríssimos e aí vem alguém e desvaloriza completamente o seu trabalho. E então você fica se perguntando se a profissão é assim mesmo, ou se há algo errado com a forma de você trabalhar.

Para responder a essa cruel dúvida, devemos nos lembrar de que em todo o mundo, o fotógrafo profissional tem uma imagem bastante distorcida, sendo visto como uma pessoa que leva uma vida cheia de glamour, festas e muito dinheiro. Isso, todos sabemos, não é verdade, à exceção de uma seleta meia dúzia de profissionais que conseguiram projeção na mídia. E mesmo esses, ralaram muito antes de conquistarem um lugar sob os holofotes.

Agora fica a pergunta: como lidar com esse tipo de cliente?
Bem, eu sinto dizer que não dá pra mudar o mundo. Então, o papel do fotógrafo deve ser aquele do educador, quase um catequista, que ensina o cliente como funciona o negócio da fotografia profissional. Deve ele estar preparado para responder adequada e gentilmente qualquer proposta, por mais maluca que pareça.

Veja alguns exemplos:

- Contrato? Pra que? Nós não somos amigos?
R: Sim, somos. Até que alguma coisa dê errado. Afinal, todo e qualquer contrato é feito justamente para saber o que fazer quando algo der errado. Explique isso a seu “amigo”, que o contrato é para protegê-lo (a ele, proteger seu amigo ou cliente) legalmente. Além do mais, você é um profissional tão sério como outro qualquer. Peça para seu cliente ir ao banco comprar uma apólice de seguros sem contrato, e ele entenderá a importância de existir um documento.

- Faça um preço baratinho agora porque eu vou me tornar seu cliente. Depois então você pode cobrar um pouco mais caro.
R: Mentira! Diga a ele para pagar o preço que vale agora e que a medida que se tornar um cliente assíduo, gozará de descontos progressivos pela fidelidade. Além do mais, você não pode dar oferecer preços menores para um mesmo serviço. Se o cliente quer pagar menos, então terá que levar menos.

- O último fotógrafo que contratei cobrou bem menos do que isso.
R: OK, então porque não ficou com o serviço dele? Se aquele outro fotógrafo fosse tão bom, seu cliente não estaria falando com você agora. Não se deixe impressionar por esse tipo de argumento. Esse tipo de argumento é só para testar até onde você é flexível com seus preços.

- Olha, o nosso budget é de apenas XXX reais.
R: Que lindo! Então peça para o seu cliente ir à uma concessionária BMW dizendo que quer comprar uma BM conversível mas que o budget só dá para um Fusquinha. Não tem jeito: se o cliente não tem o budget necessário para o tipo de serviço que deseja, você terá que chegar a um acordo que melhor acomode aquilo que você pode fazer com aquele orçamento.

Tudo tem um preço justo e correto. Se você aceitar fazer por menos, terá prejuízo e em breve não estará mais trabalhando profissionalmente. Se o cliente não arredar o pé da posição de querer um serviço mais barato do que aquilo que vale, simplesmente não faça o serviço. A menos que você seja um filantropo milionário e adore tirar dinheiro do próprio bolso (e ainda por cima passar horas trabalhando) para que outros lucrem sobre o resultado do seu trabalho.

Dá próxima vez que alguém vier com uma proposta desse tipo, analise o trabalho e veja quis serão os seus custos para sua realização. Depois inclua uma margem de lucro que remunere o seu trabalho com justiça. Então você saberá que, abaixo daquele valor, você estará literalmente pagando para trabalhar.

Se o cliente disser que não pode pagar aquela quantia, diga que vocês poderão em conjunto chegar a um escopo de trabalho que se enquadre dentro daquele orçamento.
Não acredite em promessas futuras – elas têm uma grande probabilidade de não se cumprir.
 
E se depois de tudo isso, não tiver acordo, simplesmente não faça o trabalho. É muito mais lucrativo você buscar um novo cliente do que pagar para trabalhar para aquele outro que só quer se aproveitar de você.

Eduardo Becker - © 2012

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