sábado, 7 de julho de 2012

A Fotografia como Profissão

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Estamos em uma era onde a base de toda comunicação é visual. Nunca se utilizou tanto a imagem para os mais diversos propósitos, sejam eles comerciais ou não. Dessa forma muitos que tem a fotografia como hobby consideram a possibilidade de transformar sua paixão em uma atividade remunerada.

Entretanto, há uma distância muito grande entre uma atividade exercida por prazer e deleite, e algo voltado à geração de caixa para a própria sobrevivência.

Tenho conversado com muitos fotógrafos amadores que desejam profissionalizar-se, realizando o grande sonho de viver de fotografia. De um modo geral, há uma grande ilusão com relação ao mundo da fotografia profissional, onde se acredita que o fotógrafo profissional vive em um mundo a parte, cheio de glamour, de mulheres e homens lindos, descolados e de bem com a vida, onde se trabalha na hora em que se quer, ganhando dinheiro e podendo se dar ao luxo de tirar uma tarde para ir ao cinema. Algo inalcançável aos simples mortais.

A má notícia é que quando se decide pela fotografia como profissão, a pessoa deve ter em mente que estará abraçando uma atividade como outra qualquer, com todos os seus benefícios e também suas exigências. Igualmente a qualquer tipo de negócio, o fotógrafo terá que lidar com clientes exigentes, fornecedores problemáticos, campanhas de marketing, promoções, atualização profissional técnica e mercadológica, vendas, crédito e cobrança, contabilidade, empréstimos e financiamentos, depreciação de equipamentos, contratação de mão de obra e, claro, com a atividade de sair com seu equipamento e fotografar.

Acompanhando o trabalho de muitos profissionais, percebe-se claramente que o que o fotógrafo menos faz é... fotografar. Sendo um profissional autônomo, ele é uma espécie de senhor faz-tudo, o que em geral o deixa com pouquíssimo tempo para a vida pessoal. Principalmente no começo da sua vida profissional, cheio de incertezas e inseguranças, ele tenderá a trabalhar muitas horas por dia, inclusive finais de semana para fazer engrenar o seu pequeno negócio. Passará meses aprendendo a diferença entre ser um fotógrafo e ser um profissional da fotografia. Muitos chegam nessa fase e desistem porque, salvo raríssimas exceções, não existe essa mágica de sair ao mercado e logo de cara começar a obter rendimentos na casa dos 5 dígitos. E a menos que você possua muito dinheiro disponível, levará um tempo até que tenha um estúdio organizado com tudo o que tem direito como ponto comercial, secretária, assistente, técnico em Photoshop, computadores em rede com sistemas de back-up  e tudo mais que é necessário para se trabalhar de forma profissional.

Por isso, antes de se lançar a essa atividade que, sem dúvida, possui muitas recompensas, inclusive financeiras, deve-se agir como se agiria em qualquer tipo de negócio. Comece entendendo o dia-a-dia da profissão no segmento que você julga possuir mais habilidade (casamento, publicidade, esporte, etc.).

Se decidir que este é o seu caminho, procure aprender como fazer um bom plano de negócios evitando assim ter surpresas desagradáveis no meio do caminho. Concentre-se no seu negócio, procure participar de fóruns e comunidades freqüentadas por seus [futuros] clientes, mantenha uma contabilidade separada para o seu negócio e tenha disciplina, muita disciplina. E também estude. Muito. Nesse mundo competitivo em que vivemos, os diferenciais técnicos praticamente não existem mais. Assim, sairá na frente aquele profissional que estiver em linha com as necessidades de seus clientes.

Se você perceber que sua paixão pela atividade compensa toda a trabalheira que terá a partir do momento em que decidir tirar o seu sustento dela, então este é o seu caminho. Não será fácil. Não é pra ninguém. Mas as compensações serão muitas.

Eduardo Becker - © 2012

2 comentários:

  1. Ótimo texto, estou no aguardo dos próximos.
    Parabéns!

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  2. Concordo, e digo mais! A necessidade de estar sempre se atualizando e buscando ser competitivo num mercado profissional que cresce cada vez mais, passa não só pela técnica e equipamento de qualidade, mas também em ser um bom comerciante que disponha de stakeholder, termo muito usado no estudo da administração, que tem uma ligação com qualquer tipo de negócio.

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