terça-feira, 10 de julho de 2012

Todo mundo virou fotógrafo. E agora?

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Fazer fotos com qualidade técnica impecável atualmente é algo que está ao alcance de qualquer pessoa que tenha um equipamento razoavelmente sofisticado. Com o barateamento dos custos de reprodução, fotografar parece até brincadeira – o sujeito dispara centenas de vezes o obturador e, se tiver sorte, sairá da experiência com uma ou duas fotos boas.

Essa perspectiva tem tirado o sossego de muitos fotógrafos, e principalmente daqueles que aspiram a um lugar de honra na invejada classe dos fotógrafos profissionais.
Mas ficar preocupado com a evolução dos equipamentos com a consequente enxurrada de gente fotografando, seria o mesmo que um escritor ficar preocupado porque não há mais analfabetos no mundo.

Felizmente há muito mais na área da fotografia profissional do que apenas equipamentos bons e custos baixos de produção. Porque o fato de se ter uma câmera nas mãos não faz da pessoa um fotógrafo. É preciso talento, olhar artístico, critério, conhecimento e muito, mas muito estúdio.

Alguém talvez dirá que a concorrência aumentou e a demanda diminuiu. E certamente temos que concordar com isso, dado que há mais gente tentando entrar no mercado, abaixando os preços e, no final das contas, entregando serviço ruim. Usando um linguajar mais técnico, diríamos que já não há mais barreiras de entrada para esse ramo de negócio. Daí que qualquer um pode pendurar um equipamento no pescoço, preferencialmente com uma teleobjetiva bem grande, que é para impressionar, imprimir uns cartõezinhos em casa mesmo e sair por aí vendendo fotografia a preços que alguém falou para ele num fórum qualquer.
   
A consequência direta é que esse jogo atrapalha o mercado daqueles profissionais sérios e bem intencionados  que investiram - ou que pretendem investir, no caso dos futuros fotógrafos com consciência de mercado – muito tempo, esforço e dinheiro para fazer o seu trabalho da melhor maneira possível.
 
A má – ou boa – notícia, é que todos os mercados  estão passando pelo mesmo processo. Guardadas as devidas proporções (e mal comparando), uma empresa como a Nike está passando o mesmo “perrengue” com várias empresas chinesas.

O que fazer num cenário tão competitivo e por vezes injusto como esse?
A resposta para isso está na educação.
- “Mais educação?” você diria.
- “Mas eu passo dias estudando fotografia, aprendendo novas técnicas, treinando iluminação, estudando Photoshop... o que mais eu precisaria estudar?”

Você precisa aprender sobre negócios, aprender técnicas de venda, aprender administração, marketing, finanças, enfim, precisa aprender a administrar uma pequena empresa.
Ser fotógrafo não o coloca necessariamente no Olimpo dos seres intocáveis cujo nome, se apenas mencionado, gera dezenas de milhares de dólares de modo quase automático.

O fotógrafo – e isso talvez magoe alguns – vale tanto quanto qualquer comerciante, ou dentista, ou um pintor de paredes. Porque seu ofício consiste em servir ao cliente para que ele – o cliente – tenha os benefícios que espera obter, sejam eles tangíveis ou intangíveis, assim como fazem o comerciante ou o dentista.

Existe sim um aspecto de arte, de estética, de beleza enfim, no trabalho do fotógrafo. Mas apenas isso, isoladamente, não serve para absolutamente nada, ainda que se pretenda ficar somente no circuito das galerias de arte. Há um mercado lá fora que precisa ser atendido e ele está recheado de gente sedenta pelos mesmos clientes que você.
 
A competição existe, é feroz e injusta. Sobressairá aquele que estiver mais preparado para enfrentar esse cenário. E estar preparado não significa conhecer mais Photoshop nem ter um equipamento cujo preço está na casa dos 6 dígitos.
 
O que conta, além dos aspectos técnicos cujo domínio não é nada mais do que uma obrigação de ofício, é saber fazer negócios, conhecer o mercado, cuidar dos custos e controlar finanças.
 
A fotografia não irá morrer. Ela apenas irá elevar-se a novos patamares. Sobreviverão apenas aqueles que estiverem preparados.
E você? Como está se preparando?


Eduardo Becker - © 2012



2 comentários:

  1. Sou Analista de Sistemas e atualmente estudo muito pra entrar nesse mercado fotográfico, como você disse, todas as áreas tem isso, posso citar a minha de desenvolvedor de software, vire e meche perco serviço pois um sobrinho do vizinho está aprendendo e cobra quase nada como se fazer um software fosse coisa simples que qualquer um faz, Mas não é isso que acaba com a área acredito eu.

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  2. Estou na fotografia a 06 anos e hoje trabalho com quadros em Fine Art,
    e realmente o número de fotógrafos tem aumentado muito, mas tenho visto também muitos trabalhos ruins, sem técnica alguma, eu realmente preciso melhorar minhas técnicas de venda e aprimorar meu trabalho como uma pequena empresa, obrigado pelas dicas! www.fotografearte.com.br

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